Eduardo Carmello
Novo livro de Eduardo Carmello “Resiliência: a transformação como ferramenta para construir empresas de valor” .
O lançamento no dia 29 de julho de 2008 foi um sucesso! Agradecemos a todos que foram nos prestigiar.
O livro oferece um método de Resiliência para potencializar o sucesso dos projetos de Gestão de Transformação nas Empresas.
Se você é uma empresa, lider, gerente ou talento que precisa de pessoas preparadas e engajadas para conquistar os desafios da mudança, este livro foi escrito para você!
Estamos disponibilizando um pequenho trecho para sua apreciação.
Leia, pergunte, opine! Saiba como aprimorar sua Resiliência. Aprenda a se fortalecer, crescer e antecipar às oportunidades da mudança.
Para os amigos de outros Estados que não puderem estar no lançamento, o livro já está disponível no site da Livraria Cultura e na Livraria FNAC.
Este trecho abaixo faz parte do novo livro de Eduardo Carmello “Resiliência: a transformação como ferramenta para construir empresas de valor”.
“Empresas e profissionais que manifestam Resiliência são como dançarinos altamente competentes que sabem dançar e criar passos que provocam admiração e aplausos na platéia, independente do ritmo e do estilo de música que está tocando. Seu fator crítico de sucesso é seu “movimento estratégico”, ou seja, um conjunto de decisões e ações gerenciais que resultam em importantes produtos e serviços capazes de criar novos mercados, como foi analisado por Chan Kim e Renée Mauborgne no livro “A Estratégia do Oceano Azul”.
A presença da Resiliência dispõe a Organização e seus atores corporativos para a alta performance. Integra ouvidos e pele atentos à sinais de oportunidade. O olfato fareja o novo e os olhos se conectam profundamente com a Realidade. A mente, disponível e organizada, processa rapidamente informações relevantes. Seu coração coração pulsa e mobiliza o espírito, órgãos, ossos e músculos se expressam de maneira eficaz e coerente, produzindo o espetáculo que a Organização e os atores corporativos prometeram entregar.
Através dos estudo de Resiliência identificamos que 80% das turbulências causadas nas organizações são literalmente “fabricadas”. Diante de situações inovadoras, emergências ou sob pressão, a maioria dos profissionais têm suas competências diminuídas ou desaparecidas. Há uma grande necessidade de compreensão de como as pessoas encaram e gerenciam um processo de mudança na organização, pois como já sabemos, as pessoas não resistem às mudanças, resistem a serem mudadas.
É por isso que o conceito de Resiliência ganha tanta força nos dias atuais, pois tem demonstrado que, mesmo diante de um cenário de instabilidade e mudança, algumas pessoas e empresas conseguem maximizar desempenho e produzir Valor com o máximo de competência, inteligência e saúde possível.
Um pequeno resumo da evolução do conceito de Resiliência.
O Conceito de Resiliência ganhou proporções maiores no campo da Educação, Sociologia, Física, Psicologia, Medicina, e agora Administração. O termo provém do latim, – resílio – re – silie – que significa “saltar para trás” ou “voltar ao estado natural”.
Para a Física, Resiliência é conceituada como a “propriedade pela qual a energia armazenada em um corpo deformado é devolvida quando cessa a tensão causadora da deformação elástica”.
Historicamente a noção de resiliência vem sendo primeiramente utilizada pela Física e Engenharia. Um de seus precursores foi o cientista inglês Thomas Young, que em 1807, buscando a relação entre tensão e compressão de barras metálicas, descreve a noção de módulo de elasticidade. Neste contexto, Resiliência foi utiizada para dar a noção de Flexiblidade, Elasticidade, ajuste às Tensões.
É preciso ter muito cuidado com o conceito, pois muitas revistas e pessoas conhecem uma versão limitada de que Ser Resiliente é “aguentar” a situação, “suportar pressão” , “ser saco de pancada” ou até mesmo “deixar submeter-se passivamente”.
– Você não é elástico, ponte, silicone. Tudo isso são metáforas produzidas por pessoas que olharam o conceito pelos filtros da Física (objetos passivos, que não sentem, não andam e não tem propósito) e não correspondem ao que se espera de um profissional Resiliente num mundo altamente dinâmico e turbulento.
Você é Resiliente quando cresce nas mudanças, inova, se antecipa às situações e produz coerência estratégica para sua equipe e clientes. Sua influência como um ser resiliente precisa ter mais impacto proativo e orientado para o futuro.
Para a psicologia, o conceito é utilizado para definir um conjunto de processos sociais e intrapsíquicos que possibilitam indivíduos a manifestarem o máximo de inteligência, saúde e competência em ambientes de complexidade, instabilidade e pressão. O psicólogo Martin Seligman relatou diversas estudos e experiências que buscam compreender quais elementos implicam no fortalecimento e na construção de competências em indivíduos psicológicamente sadios.
Resiliência na Administração
Pelo que sabemos, o conceito de Resiliência é utilizada no campo da Administração, desde 1974, quando o consultor organizacional Daryl Conner forma a ODR INc, uma companhia de pesquisa e desenvolvimento que examina a dinâmica da Resiliência Humana em cenários organizacionais, principalmente em processos de Gestão de Mudanças.
Daryl R. Conner disse:
“Precisamos de executivos e supervisores resilientes que saibam como gerenciar a mudança de uma maneira conscientemente competente.
Eles devem implementar mudanças com êxito para si e para outros, aplicar consistentemente os mecanismos que usam e ser capazes de se referir a estes métodos como uma disciplina estruturada, para que os outros possam aprender e aplicar as mesma estratégias”
O respeitável consultor brasileiro Clemente Nóbrega afirma que todo organismo que dura tem a mesma competência central: sabe modificar práticas e comportamentos ao longo do tempo. “Sucesso duradouro tem a ver com comportamentos transmitidos e preservados ao longo do tempo: critérios para tomar decisões, atitudes abertas em relação ao erro, à experimentação e ao risco, capacidade de forjar um senso de comunidade entre os colaboradores.
Comportamentos que, diante da mudança na paisagem lá fora, garantem a vitalidade depois dos fundadores.”
A Caterpillar, no início dos anos 80, utilizou-se do processo de Resiliência para, em poucos anos, passar de uma condição de quase falência para um quadro de lucro. Para o presidente da empresa James Owens “foi uma revolução que deu origem a um renascimento, uma transformação espetacular de uma empresa quase apática em uma organização realmente provida de entusiasmo empreendedor”.
A gestão começou a utilizar o conceito de Resliência, utilizada em diversos contextos e em níveis de maturidade Organizacional. Uma empresa pode estar prestes a falir, outra está com dificuldades sazonais, outra precisa melhorar e aprimorar performance. Todas precisam promover mudanças e podem utlizar o conceito de Resiliência. Mas é a mesma Resiliência para todas as situações?
O processo de Resiliência respeita as circuntâncias em que a empresa se encontra. Faz uma análise da situação, descobre como a mesma está se adaptando, define o tempo que tem para promover mudanças e cria uma solução de Resiliência a partir das necessidades específicas e das oportunidades de melhoria que a empresa pode obter com a mudança ao longo do processo de Desenvolvimento da Resiliência nas Organizações, percebemos que ela pode apresentar diferentes significados, representados em níveis:
Níveis de Resiliência – RN1, RN2, RN3 e RN4 (Organizado por Eduardo Carmello)
Resiliência nível 1 – Quem se recupera de traumas e adversidades
– Mãe perdeu filha adolescente para as drogas e depois criou um instituto de recuperação de drogados;
– A empresa perdeu Marktet Share por 10 anos, se transformou e deu a volta por cima.
Resiliência nível 2 – Quem se torna mais flexível, fluído, “leve”, consistente e econômico
– Pai foi despedido pois a empresa foi comprada, mas como era tão bem preparado, em três dias já estava trabalhando;
– Empresa, diante do desafios de qualificar melhor seus processos, utilizou 6 Sigma e em dois anos se reposicionou-se como líder de mercado;
– Fusão entre empresas acontece de maneira fluída e consistente.
Resiliência nível 3 – Quem cresce e fortalece, mesmo em situações adversas ou mudança
– Criança com déficit de escrita, que com a ajuda dos pais e psicomotricista, consegue passar de ano;
– O líder despreparado que assume uma área e “amadurece” com a promoção;
– Empresa Familiar que se transforma positivamente, trocando a política pela mentalidade e sistemas de Gestão.
– Empresário que superou o mercado de enciclopédias com a ajuda da comunidade virtual
Todos esses diferentes significados são altamente importantes para a construção do Conhecimento e Valor na Empresa, mas ainda não correspondem à “totalidade” da potência da Resiliência.
O que compreende um novo estágio de sua maturidade é a antecipação de cenários e acontecimentos.
A Resiliência “salta” de uma posição passiva, na qual espera a situação adversa ou mudança acontecer e depois fazer o melhor possível, para uma posição mais ativa, onde há um movimento por antecipar situações e cenários, promovendo as competências necessárias antes que a demanda se apresente.
Um novo estágio de desenvolvimento: Resiliência Estratégica (RN4)
Utilizamos o conceito de Resiliência Estratégica para falar sobre a capacidade de uma empresa, equipe ou profissional de estar constantemente renovada, atualizada, conectada com as mudanças de necessidade e expectativa do mercado.
Para Gary Hamel, um dos mais respeitados consultores estratégicos da atualidade, Resiliência Estratégica é “a capacidade de se antecipar – e se ajustar – continuamente a profundas tendências seculares capazes de abalar de forma permanente a força geradora de lucros de um negócio. A capacidade de reinventar modelos de negócios e estratégias de forma dinâmica à medida que mudam as circunstâncias.”
Ichak Adizes afirma que é necessário saber administrar as mudanças e se antecipar a elas, ou seja, se preparar para a transformação. A mudança está atrelada a crescimento, portanto, sem mudança não há crescimento. “Mudanças dão origem a eventos que podem ser oportunidades ou problemas. Quando nos defrontamos com mudanças, precisamos tomar decisões e fazer alguma coisa diferente porque enfrentamos um fenômeno diferente.”
O foco da Resiliência estratégica não está só na antecipação das mudanças e necessidades, mas também na criação de Coerência e Alinhamento Estratégico. O pressuposto é que quanto mais fortalecido, organizado e com coerência interna, mais forte serão minhas intenções e ações diante da mudança. Entende-se por coerência a capacidade que uma empresa tem em cumprir o que promete entregar.
De ter suas ações no cotidiano organizacional totalmente congruentes com o que está descrito em sua Missão, Visão, Valores e Plano Estratégico. De alinhar Valores, Objetivos e Competências Organizacionais com os Valores, Objetivos e Competência de seus profissionais, produzindo um ambiente de alta performance, onde a geração de conhecimento e clima de trabalho proporcione compromisso, inovação, qualidade e rapidez no atendimento de seus clientes, impactando de maneira positiva a Imagem da Organização e criando seu Sucesso Sustentável.
Resiliência nível 4 ou Resiliência Estratégica – Quem antecipa acontecimentos, produz congruência e pode até transformar a realidade
O sujeito se antecipa ao acontecimento, produzindo ajustes (aproveita e maximiza oportunidades, minimiza ou evita problemas), sendo capaz de inclusive transformar a Realidade.
– Montadora que triplicou faturamento pois produziu um caminhão menor e mais ágil, exatamente o que os clientes precisavam
– Locadora que superou vendas da concorrente. Cliente aluga vídeos pela internet e o recebe em casa.
– Governo aprimora e constrói sistema de energia alternativo, evitando “apagão elétrico” nos próximos 5 anos.
– Empresa investe “pesado” em capacitação e retenção de Talentos, para poder gerenciar a empresa nos próximos 7 anos
– Empreendedor que triplicou faturamento, construindo um novo mercado a partir da identificação de uma necessidade operacional com o cliente
A aplicação da Resiliencia estratégica exige um processo integrado de atualização e ajuste do modelo mental da empresa e sua capacidade de modificar os conhecimentos e competências para obter uma execução e um processo operacional que manifesta exatamente suas intenções estratégicas. O resultado é uma empresa mais preparada e engajada para construir seu Futuro Sustentável.
Rosabeth Moss Kanter, uma especialista em mudanças afirmou:
“As gigantes globais que estudamos estão operando com um modelo distinto daquele que a maioria poderia esperar de uma multinacional. Nessas organizações, não é a mão de ferro sagaz da estrutura que garante a coerência, mas valores que, comum a todos, se convertem em operações por meio de padrões e processos claros – valores e padrões que são aceitos pelo pessoal por garantirem autonomia, flexibilidade e auto-expressão.
Essa abordagem permite à empresa unificar geográfica e culturalmente uma equipe diversa e nortear suas decisões no dia-a-dia.
Além disso, inspira níveis muito mais altos de criatividade, gerando mais inovações de impacto”.
Contatos com o Autor:
eduardo@entheusiasmos.com.br
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