Eduardo Carmello
Quando nos vemos diante de um novo desafio, diante de um novo projeto, não significa necessariamente que queríamos estar nessa situação. Nem sempre temos o total poder de dirigir nossa vida profissional como gostaríamos que fosse. Estamos a todo o momento enfrentando desafios em nossa carreira, que por diversas vezes, pode nos distanciar ou aproximar de nosso “supremo” objetivo profissional e pessoal. Se é que realmente sabemos o que queremos e o que é destinado, por direito, a todos nós.
Todos nós passamos por estes desafios diante de nosso crescimento e desenvolvimento pessoal, que evidentemente atinge nossa carreira.
Dentro de uma visão mitológica, o profissional pode iniciar um novo projeto através de três formas:
Meu mais recente significativo projeto foi o de gerar um filho. O prazo para a realização deste projeto, como todos vocês sabem, é de nove meses. Só para você que está lendo, vou te contar um segredo. Este novo projeto não foi iniciado por conscientização, nem por convocação. Foi por Encantamento. Um novo desafio, que por capricho da natureza, revela-se à nossa grosseira percepção um ou dois meses depois que foi iniciado. Como em nosso ambiente de trabalho, já não temos mais nove meses para se preparar e sim sete ou seis meses, para fazer acontecer.
Depois da insegurança e tremedeira inicial, chega a hora do planejamento e das legalizações. Casamento (abertura de firma e escritura dos sócios), nova casa (estabelecimento), móveis, eletrodomésticos e tudo o mais que vai numa casa (ativos fixos). E frauda, muita frauda (Higienização e Manutenção do projeto).
Como é um bebê, e está se desenvolvendo dentro da barriga da mãe, não podemos ver como ele vai nascer – salvo dois ou três ultra-sons –. O que podemos fazer no decorrer do projeto é manter as coisas saudáveis e ter um profundo respeito e atenção com a parceria (minha querida mulher). Uma consultora e amiga tinha me dito que num projeto não trabalhamos necessariamente para prever o futuro e sim criarmos parcerias e equipes fortes e solidárias para trabalhar diante de um futuro imprevisto. E foi o que aconteceu. Durante todo o processo até o trabalho de parto estava tudo bem. Literalmente no último segundo, o Gabriel (já tinha nome, é claro) virou de posição e ficou entalado na bacia da mãe. No último segundo da concretização deste projeto, ele não saiu. Não estou falando de um problema no computador inviabilizando uma apresentação, mas sim de uma criança. Cesária de emergência, falta de oxigenação no cérebro e o menino nasceu desfalecido. Da barriga da mãe para a UTI. Como acontece em outros projetos, este imprevisto acontecimento nos causa desespero e frustração. Mas não desistimos por aí. Reanimação, atenção, positividade, contato e paciência, muita paciência.
Felizmente, os projetos que iniciamos tem vida e energia própria – muitos profissionais têm profundo arrepio ao saber disto e preferem se manter ignorantes.
Particularmente neste caso, o meu querido projeto queria muito viver. Uma semana depois, saiu da UTI e hoje já está em casa. E eu, ao final da primeira parte de meu projeto, me sentindo muito feliz e realizado.
Quando nos vemos diante de um novo desafio, diante de um novo projeto, os acontecimentos não necessariamente aparecem na mesma ordem que gostaríamos que fossem. Estamos ali para aprendermos com o incerto, com o imprevisto.
Mas, pela observação da natureza, por experiência e por crença, o final é sempre rico – em termos de aprendizagem – e, porque não dizer, feliz.
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